quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quem faz download ilegal gasta mais com música, diz estudo

Da Revista Rolling Stone. concordo.

Quem faz download ilegal gasta mais com música, diz estudo

Adeptos da pirataria gastam cerca de £ 77 anuais em produtos da indústria fonográfica, contra £ 44 de quem rejeita download ilícito

As pessoas com hábito de baixar faixas ilegalmente na internet são, ao mesmo tempo, as que mais gastam para adquirir música. É o que diz um estudo britânico divulgado pelo jornal The Independent.

Segundo a Ipsos Mori, empresa especializada em pesquisas, os adeptos da pirataria desembolsam cerca de £ 77 (R$ 220) anuais para produtos da indústria fonográfica - £ 33 (R$ 94) a mais do que quem alega nunca ter adquirido indevidamente download protegido por direitos autorais.

A conclusão vai em contrapartida à tese de que a pirataria é o grande algoz da indústria musical, e num momento crucial para a questão: Lorde Peter Mandelson, secretário de Negócios britânico, anunciou recentemente que, a partir de abril, o governo britânico enviará cartas de alerta para infratores; em 2011, se não houver baixa de 70% no download de conteúdo ilegal, provedores poderão ser forçados a cortar a internet de quem persistir.

Em um ano, cerca de sete milhões de cidadãos no Reino Unido baixam música ilegalmente. A ação representa um golpe de £ 200 milhões (US$ 573 mi) para o mercado, segundo a Indústria Fonográfica Britânica. Recentemente, artistas como Lily Allen, Noel Gallagher e James Blunt se alinharam às companhias para combater a pirataria.

"A última abordagem do governo não vai ajudar a curar uma indústria doente", afirmou Peter Bradwell, da organização Demos, que comissionou o estudo realizado pela Ipsos Mori. "Políticos e companhias musicais precisam reconhecer que a natureza do consumo de música mudou, e consumidores estão exigindo preços mais baixos e acessos mais fáceis." Atualmente, os shows fornecem quase 75% do faturamento dos 35 artistas mais bem remunerados do mundo, sendo que a venda de álbuns só participa de 10% do valor total.

A pesquisa, que abrangeu 1000 usuários de internet, entre 16 e 50 anos, descobriu que uma entre 10 pessoas admitem baixar música, ainda que o ato fuja ao encontro da lei. Número tímido em comparação ao levantamento divulgado, no começo do ano, pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica. De acordo com a entidade, 95% das músicas conseguidas pela internet são de origem ilegal.

Mark Mulligan, da Forrester Research, lança nova luz sobre a questão: "As pessoas que trocam arquivos são aqueles interessadas em música. Elas estão usando o compartilhamento como mecanismo de descoberta. Temos uma geração de jovens que não tem conceito de música como uma commodity paga".

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